Ramo Lobinho "Alcatéia"
A Alcatéia é o ramo escoteiro em que ficam crianças
de 07 a 10 anos de idade de ambos os sexos. O programa educativo e as
etapas do lobinho visam os primeiros ensinamentos, a parte em que a
criança aprende viver junto com outras pessoas. Na Alcatéia a criança
aprende e se preparar para, quando tiver a idade certa, seguir para a
Tropa Escoteira.
O programa da Alcatéia é inspirado no "Livro da Jangal", de Rudyard Kipling, resumido em "Mowgli, o menino-lobo".
A organização da Alcatéia pode ser só de lobinhos, lobinhas ou mista.
O chefe é chamado de Akelá e seus assistentes são chamados Baloo,
Baguera, Kaa, Chill ou outros nomes representados no "Livro da Jângal".
A Alcatéia é dividida em matilhas identificadas por cores, cada uma
com 4 a 6 crianças, nos quais são realizados trabalho e jogos, mas isso
não é o mesmo que o sistema de patrulhas, adotada no Ramo Escoteiro ou
Ramo Sênior.
O lobo é o animal símbolo de todas as matilhas, que se diferem numa
mesma Alcatéia pelas cores próprias dos lobos. A matilha é liderada por
um Lobinho ou Lobinha chamado de Primo, auxiliado pelo Segundo Primo. Os
Primos são escolhidos pelo Akelá, enquanto os segundos primos são
escolhidos pelos outros lobinhos.
Antes de completar 11 anos de idade, o Lobinho é encaminhado para a
Tropa Escoteira, depois de fazer a "trilha" para se adaptar na futura
tropa, o Lobinho passa por uma cerimônia de passagem na qual se despede
da Alcatéia.
Chefia da Alcatéia
Amarela
Vermelha
Cinza
Branca
História do Lobismo
Na edição original do livro "Escotismo para Rapazes",
Baden Powell não fixou um limite de idade mínima, nem máxima para o
ingresso do menino no Movimento Escoteiro. Como consequência disso as
tropas tinham meninos cujas idades variavam entre 9 a 18 anos.
As coisas, no entanto, não eram tão simples assim! Imediatamente
levantaram-se agudas e persistentes vozes dos meninos que eram muito
pequenos para serem escoteiros, irmãos menores, que não estavam na faixa
etária da "diversão" organizada no princípio do século, queriam entrar
na brincadeira e não podiam esperar mais.
Os "pequenos" foram tão persistentes, intrometendo-se nas reuniões de Tropa e iniciaram alguns ensaios por volta de 1909.
Os primeiros esforços de trabalhar com meninos menores não obtiveram
sucesso. Alguns escoteiros sentiram em receber estas crianças como
"Junior Scouts", mas os resultados foram desastrosos. A tropa
desestruturou-se, os mais velhos não desejavam misturar-se com os
pequenos e estes não conseguiram acompanhar as vigorosas atividades
feitas pelos escoteiros.
Tomar providências para que o que mais tarde foi chamado "Junior
Scouts" (Escoteiros Junior), foi uma tarefa muito árdua para Baden
Powell, pois embora ele estivessem receptivo à idéia, teve que tomar
precauções para evitar a impressão que seu Movimento estava criando um
jardim de infância para escoteiros.
Naturalmente o uniforme era o mais esperado pelos meninos, assim,
essa primeira versão do LOBISMO usava chapéu de abas largas, um lenço,
uma mochila e um bastão. Eles aprendiam nós simples, sinais de pista,
semáforos e noções rudimentares de primeiros socorros. Isto, na verdade,
constituía uma versão diluída do Escotismo aplicada por incomodados
Assistentes ou Chefes de Tropa.
Não há dúvida de que o pioneiro do nosso ramo foi o Reverendo A.R.
Brow, Chefe da Tropa número 1 do Enfield Highway, em Niddlessex,
Inglaterra. Foi ele quem em janeiro de 1910, publicou um artigo no
"Headquarters Gazette", onde concretamente questionava: O que iremos
fazer com os meninos menores de 12 anos?
B.P. teve dupla preocupação, conforme explicou em artigo do
"Headquarters Gazette", a primeira era de não exaurir as crianças desta
idade com atividades que não estavam além de sua capacidade física; e a
segunda era evitar o risco de perturbar os rapazes mais velhos, os quais
poderiam se sentir humilhados em terem de executar as mesmas atividades
que os mais jovens.
Para esclarecer as suas idéias, escreveu no final do ano de 1913 as
primeiras tentativas de denominar os meninos menores e entre as
sugestões do chefe estavam os nomes de: Beavers (castores), Wolf Cubs
(lobinhos), Cubs (filhotes), Colts (potros) e Trappers (ajudante de
caçador). Em suma B.P. preocupava-se que o novo ramo tivesse suas
próprias características, não fosse uma versão simplificada do programa
dedicado aos escoteiros.
Depois deste período de experiências e indagações, B.P. solicitou a
Percy W. Everett que estudasse o que estava fazendo e que redigisse um
esquema provisório. Em novembro de 1913, Everett lhe apresentou um
projeto intitulado: Regras para escoteiros menores.
Sobre este manifesto o Chefe demonstrou seu agradecimento ao
reverendo Everett, salientando apenas o uso de uma nomenclatura e a
distinção necessária pelo uniforme. Segundo B.P. o nome "Lobinho" ou
"Cachorro" seria muito adequado especialmente este último para designar
os Pata Tenras. Quanto ao uniforme disse que um boné, semelhante ao
usado no jogo de criket e um suéter estaria muito de acordo com a
elegância e praticidade necessária.
Com mudanças e emendas, em 1914, o Headquarter Gazette publicou o
esquema para "Lobinho" ou "Jovem Escoteiro" que não era mais que uma
forma modificada de adestramento de escoteiros; incluía uma forma de
saudação, um emblema em forma de cabeça de lobo, a promessa simples de
servir e cumprir o dever e alguns testes simples adaptados à faixa
etária. O clima de guerra imprimia um forte sabor patriótico, com muitas
manobras, marchas, saudações a Bandeira e cantar o Hino Nacional.
A publicação desse esquema foi acompanhada da promessa de B.P. de
elaborar um Manual próprio para os pequenos o qual abordasse um método
com características próprias.
A partir de 1920, Gilwell abriu suas portas para os chefes de
lobinhos. O centésimo curso foi elaborado em 1949, pois o número de
cursos foi acelerando-se desde cedo.
Em poucos anos, a presa portada com exclusividade pelos Chefes de
Lobinhos foi substituída pelas tradicionais contas, igualmente aos
Chefes de Tropa.
Manuais de treinamento e guias para lobinhos começaram a ser
publicados, como também livros para serem usados pelos próprios
lobinhos.
A demanda pelo treinamento cresceu mais que a capacidade de Gilwell.
Em 1922, o título de Akelá Líder foi inventado, o que autorizava ao seu
usuário a tocar o seu próprio curso na sua cidade, tão rigorosamente nos
moldes de Gilwell quanto possível.